DIÁRIO DE RORSCHACH, TERÇA-FEIRA: DOOMDSAY CLOCK E O RETORNO
DE WATCHMEN!
Fala geeks e geekonas! Recentemente tivemos a confirmação de
que a HBO produzirá uma série focada no universo de Watchmen, considerada a
melhor história em quadrinhos de todos os tempos.
Watchmen já teve além da história em quadrinhos, um filme.
Dirigido por Zack Snyder, o longa Watchmen foi controverso, e teve uma recepção mista tanto por parte do público
como da crítica. Porém, agora é a vez do showrrunner Damon Lindelof (Lost)
assumir o comando da nave-coruja e levar os vigilantes novamente as telas em
mais um ousado projeto da HBO.
E para comemorar o retorno de Watchmen a frente das câmeras,
nessa semana teremos a “Semana Watchmen” aqui no GR; que contará com a crítica
do filme de 2009, opinião sobre o projeto da série e muito mais!
Então fiquem ligados porque o próximo texto começa agora:
“Os sinos do Apocalipse tocaram... e ele ouviu!”
Finalmente o que promete ser o maior evento dos quadrinhos
dos últimos tempos irá acontecer. Os universos de Liga da justiça e Watchmen
irão colidir-se em uma mega saga assinada por Geoff Johns, e com uma trama que
irá transitar entre os dois universos, reintroduzindo velhos conhecidos e dando
uma nova abordagem a alguns personagens.
O Relógio do Apocalipse está em contagem regressiva!
Era maio de 2017, quando pela voz de Geoff Johns que a DC
Comics anunciou a saga “Doomsday clock” ( O Relógio do Apocalipse, em português
). Finalmente, após muitos anos, os mundos de Watchmen e Liga da Justiça iriam
se chocar em um crossover histórico. E claro que teria que ser com um roteiro
de Geoff Johns, o homem que pavimentou todo o caminho para essa incrível minissérie
e que desde Flashpoint vem atiçando nossa curiosidade para o que em suas
palavras será “ o projeto mais pessoal e
mais épico, totalmente enlouquecedor no qual eu já trabalhei em minha
carreira”.
O Relógio do Apocalipse terá 12 edições, publicadas bimestralmente
pela DC Comics; e seguirá a história do quadrinho original de Watchmen, apenas
alguns anos depois do plano de Adrian Veidt, ou Ozymandias, de aniquilar grande
parte da população de Nova York com o intuito de unir os povos e evitar uma
possível guerra nuclear. Obviamente o plano do “homem mais inteligente do
mundo” acaba falhando, e ao invés de salvar o planeta, ele o deixa ainda mais
perto da extinção.
Nessa hora, cabe a Veidt ir procurar pessoas mais
capacitadas para salvar o mundo. Nem que seja em um universo paralelo, com a
ajuda de então desconhecidos Batman e Lex Luthor!
Ozymandias recruta o que parece ser um discípulo do
Rorschach original, o Rorschach II. Além disso, ele traz a ajuda de Mímico e
Marionete, um casal que é tão unido quanto são bons de briga. Ozymandias com a
ajuda Rorschach II ajuda Mímico e Marionete a fugir de um presídio para se
juntarem a sua causa. E mesmo assim, eles não estão convencidos; até que Veidt
revela que sabe o paradeiro do filho perdido deles, e que se eles o servirem,
ele contará onde o menino está.
O quarteto embarca na nave-coruja em busca de uma terra
paralela, onde cabe a eles buscar os heróis mais poderosos do mundo, que por
algum motivo podem salvar não só o Universo de Watchmen, mas como o próprio universo
onde eles habitam.
A proposta de Johns em Doomsday clock é fazer um projeto
único. Sem tie-ins e sem pontas soltas; apenas uma única saga, uma única união
entre Watchmen e Liga da Justiça; algo que segundo o roteirista não mais irá
acontecer.
Seu principal motivo para provocar essa união polêmica e
grandiosa foi o desejo de ver Dr. Manhattan e Superman reunidos pela primeira
vez em um mesmo projeto e ideal. Os maiores heróis de seus respectivos mundos.
O homem que desistiu da humanidade e preferiu partir para um outro planeta;
frente ao homem de outro planeta que veio ao nosso e passou a acreditar na
humanidade.
Controvérsias a parte, os dois tem o poder de dizimar a
humanidade se eles quiserem, mas aí estão eles, lutando para um mundo melhor,
cada qual a sua maneira. Manhattan sempre muito lógico e sagaz; Superman sempre
voluntarioso e emotivo; colocando sua vida a frente de qualquer outra;
principalmente por sua amada Lois Lane; já mostrada brevemente na primeira
edição de Doomsday Clock.
Manhattan que ainda não deu as caras nesse super-crossover
está desaparecido desde os eventos finais de Watchmen, quando foi culpado pela
morte de milhões pessoas, transformado em um inimigo externo para impedir que
os humanos matassem uns aos outros. Já Clark Kent nesse novo universo parece
ter uma história de origem diferente, com alguns traumas um pouco maiores dos
que os quais já estamos familiarizados em sua mitologia.
Sem dúvida o encontro de dois dos seres mais poderosos dos
quadrinhos renderá uma história épica e alavancará as vendas da DC Comics a um
nível muito superior.
Outros personagens importantíssimos para a história serão é
claro, Batman e Coringa. E pasmem, alguns easter-eggs indicam que a famosa
história de “A Piada mortal” se passa nesse novo universo da Liga da Justiça! É
ou não é para explodir a cabeça de qualquer DCNauta?
Imagina vermos A piada mortal entrando definitivamente na
cronologia oficial da DC Comics!!!
Sem contar outras possibilidades como o retorno do
Comediante, as reais intenções do até então intitulado Rorschach II, e a
história paralela de Mímico e Marionete que ganha cada vez mais espaço de tela;
colocando-os como os palhaços mais carismáticos da saga até o momento (
desculpa Joker! ). Sem dúvida, Mímico e Marionete são as melhores adições a
trama até o momento; com um humor inteligente e um carisma sem igual, além de
um estilo de luta intenso e de fazer tremer de medo qualquer Arlequina da vida.
Mímico e Marionete são amigos de infância e sempre passaram
por todas as dificuldades juntos, contornando as barreiras sempre com muito
força e sangue ( dos seus inimigos, é claro).
Você achou que ele não iria ser convidado para esse momento épico?
Quem é o ser mais inteligente de Doomsday Clock? Bom, essa
resposta ainda não sabemos mas, Ozymandias e Lex Luthor são duas belas opções
para você escolher. Ambos extremamente sagazes e ardilosos, e que já mostraram
serem capazes de tudo para moldarem seu mundo da maneira que acham mais
correta; a sua imagem.
O encontro desses titãs da sabedoria aconteceu logo nas
primeiras edições de Relógio do Apocalipse, porém logo foi interrompido pela
bala de um certo piadista que Veidt conhece muito bem.
É esperar para ver o que acontecerá no próximo encontro dos
distintos cavalheiros.
Claro que também estamos ansiosos para descobrir o paradeiro
de mais personagens de ambos os universos. O que aconteceu a Coruja por
exemplo? E a nossa Mulher-Maravilha aparecerá nessa saga? Arlequina se unirá ao
seu pudinzinho? Isso só saberemos nas próximas edições; mas o que saberemos
agora é uma infindável questão que paira sob a cabeça dos fãs de quadrinhos de
todo o mundo: Era necessário a DC desenterrar Watchmen?
Bom, não! Não era necessário desenterrar Watchmen; mas
porque não fazer?
Watchmen é considerada a graphic novel mais importante da
história e a única história em quadrinhos
a entrar na lista das 500 melhores obras literárias de todos os tempos,
segundo a revista Time. É o ponto mais alto da carreira do gênio Alan Moore e
revolucionou o mundo das HQs desde seu lançamento. São motivos e mais motivos
para a obra ser considerada intocável por outras mãos, sem ser as de Moore.
Todavia, sabemos que o intocável no mundo dos quadrinhos é
uma palavra sem significado e até obras únicas como “O Cavaleiro das trevas”,
de Frank Miller já foram alvos de sequencias desnecessárias. É algo que
enfurece os amantes dessas obras, temendo que algo possa arranhar a redoma de
cristal que na qual elas foram colocadas.
Entretanto, é preciso entender que o mundo ( não só o dos
quadrinhos ) é feito de ideias, sendo elas boas ou ruins, bem recebidas ou um
tanto desacreditadas. A máquina precisa girar, e mesmo o que parece ser
intocável, uma hora vai ganhar mãos esculpindo o que já está perfeito.
No exemplo de hoje, vemos Geoff Johns, roteirista consagrado
da DC Comics entrar com sua escrita na redoma de cristal de Watchmen e ser
massacrado junto com sua editora pela afronta que isso está sendo para muitos
fãs; talvez até para o próprio Alan Moore.
Johns é extremamente capacitado para desenvolver qualquer
herói que queira nas páginas das HQs; e isso inclui até mesmo os intocáveis
personagens de Watchmen; que mesmo sem precisar de mais histórias sendo
contadas a seu respeito; não necessariamente devem ser privados de serem
reintroduzidos para uma nova geração; que talvez possa até se interessar mais
ainda pela década de 80 dos quadrinhos; a que possivelmente foi melhor época
para ser amante das páginas cartunescas; com histórias para todas as idades e
estilos. Além é claro, de podermos ver com nossos olhos o que antes só era
possível em crossovers imaginários: crossovers entre Dr. Manhattan e Superman,
Coringa e Rorschach, Ozymandias e Lex Luthor; entre outros.
Temos que entender que a recepção de Doomsday Clock não vai
manchar de forma alguma a lembrança maravilhosa que temos de Watchmen; apenas
servirá de comparação e nostalgia para quem viveu essa época, e como uma
importante forma de pesquisa e história para aqueles mais novos que não tiveram
a oportunidade de conhecer esses personagens maravilhosos antes; ou que de
repente só conheceram apenas pelo filme de 2009.
Não é vergonha ou vexame você ressuscitar um clássico,
vergonha é ousar querer manchar a história de um épico com base em um
pré-conceito; e sabotar o trabalho de profissionais extremamente capacitados e
que podem trazer aventuras emocionantes e maravilhosas para todos aqueles que
já a algum tempo sentiam-se órfãos de poderem virar uma página e ver os mais
incríveis heróis de sua vida.
“O Relógio do Apocalipse é para ser lido como uma doce
nostalgia e uma agradável sensação de surpresa;
e não como se fosse a contagem regressiva para o próprio fim do mundo”
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