O ULTIMATO DOS
VINGADORES:
A FARSA DA MARVEL
Foi no ano de 2008 que vimos diante de nossos olhos um
império se reerguer. A Marvel, em crise, e à beira de ser penhorada à um grupo
de bancários decidiu dar a sua última cartada no mundo do cinema; e essa
cartada tinha que ser perfeita, pois senão fosse, toda a história daquela
empresa magnífica poderia ir para o ralo, em uma dívida multimilionária.
Aquela cartada tinha o naipe de Robert Downey Jr, e ela foi
não a última mas a primeira cartada de uma nova era comercial, a era dos
super-heróis na grande mídia. Aquela cartada se chamava: Iron Man, ou como é
conhecido no Brasil, Homem de Ferro.
O sucesso estrondoso de Homem de Ferro perante ao público e
a crítica foi imenso, e tudo se intensificou ainda mais quando na cena
pós-crédito do longa, o pontapé para algo gigantesco foi dado, a iniciativa Vingadores!
E de lá para cá, já se foram onze anos de história, mais de
vinte filmes lançados e bilhões e bilhões de dólares faturados. Produções
cinematográficas, séries de TV e streaming, produtos escolares, DVD’s,
camisetas, canecas e mais um número infinito de mercadorias que ajudaram(e
muito) a popularizar os Vingadores na cultura pop.
Aliás, infinito é um nome que combina muito bem com este
universo cinematográfico criado pela Marvel(que logo após, foi comprada pela
Disney), onde cada peça é movida com muita cautela, e os astros parecem sempre
conspirar a favor desta enorme teia criada por Kevin Feige, chefe das produções
e de tudo que é ligado ao Universo
Estendido da Marvel, o MCEU.
São infinitas possibilidades, em um número cada vez mais
infinito de filmes, séries e que ganha cada vez mais notoriedade na grande
mídia, inclusive faturando estatuetas do Oscar.
Mas por que a
Marvel/Disney conseguiu um sucesso tão grande com os Vingadores? O que os torna
tão especiais? O que a Marvel tem que a concorrência não possui? O Universo
Marvel nos cinemas é tão bom assim?
Bom, a resposta é...
NÃO!
Ele não é tão bom assim. Ele pode ser multibilionário,
quebrar recordes de público em estreias, encher salas e mais salas de cinema,
vender os mais diversos produtos e ter heróis populares. Mas isso tudo, outras
sagas têm, como Transformers, por exemplo, e ninguém bate tantas palmas assim
para a franquia dos robôs.
O que torna o Universo Estendido Marvel tão especial é o
fator da época em que ele se encontra, uma época de rápidas informações, época
extremamente propícia ao mercado comercial, principalmente quando falamos de
super-heróis.
Homem de Ferro foi bom? Sim. Assim como vários outros
filmes, inclusive da Marvel. Porém o Universo Marvel não é a oitava maravilha
do mundo, e nem a nona ou a décima.
É uma teia de filmes que se interligam de forma correta,
muito por conta da falta de liberdade dos diretores e roteiristas em produzirem
algo mais autoral. São histórias pré-montadas que apenas são colocadas nas
telas por praticamente qualquer um; já que ele não precisa ter o conhecimento
para produzir aquilo, pois ele não precisa conhecer; já está pronto.
Não tem o amor pela arte que o cinema exige, e não podemos
dar a desculpa de que filmes de super-heróis não produzem o efeito artístico já
que filmes como Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan e o
Homem-Aranha, de Sam Raimi são cultuados até os dias de hoje como filmes de uma
técnica absurda de tão perfeita, e retratam justamente, super-heróis!
O que sempre faltou ao Universo Marvel além da livre
autoria, foi a famosa: ousadia. O que é de grande consenso entre grandes mentes do cinema como Francis Coppola e Martin Scorsese, que colocam muito da falta de criatividade do cinema atual na conta de grandes monopólios como os da Marvel/Disney. A falta de ousadia que fez muita falta no cinema por décadas, e quem tem crescido mais ainda a medida que o MCU avança.
Felizmente, nos últimos anos fomos testemunhas de projetos ambiciosos e extremamente originais de grande sucesso, como a franquia Vidro, de M. Night Shyamalan; que uniu heroísmo, criatividade, humanidade e muita ousadia do diretor indiano, que colocou nas telas sua visão do que é ser um super-herói, dos dramas que ele vive, ao invés dos filmes da Marvel, que só retratam o quão difícil é a vida de um multimilionário ter que escolher com que super-armadura irá sair hoje a noite.
Felizmente, nos últimos anos fomos testemunhas de projetos ambiciosos e extremamente originais de grande sucesso, como a franquia Vidro, de M. Night Shyamalan; que uniu heroísmo, criatividade, humanidade e muita ousadia do diretor indiano, que colocou nas telas sua visão do que é ser um super-herói, dos dramas que ele vive, ao invés dos filmes da Marvel, que só retratam o quão difícil é a vida de um multimilionário ter que escolher com que super-armadura irá sair hoje a noite.
Homem de Ferro, Homem-Formiga e Homem-Aranha: De volta ao
lar. O que estes filmes têm em comum?
Tudo! São
roteiros idênticos, que apelam para o humor e os efeitos visuais que o público
tanto gosta. São trailers de tirar o fôlego, com atores de altos salários e
poderosas campanhas publicitárias.
Isso é ruim? Não. Vende? Claro que sim. É uma obra digna de
receber a atenção que recebe? Não, nem
um pouco.
Falta de criatividade em desenvolver histórias, falta de
ousadia ao colocar elementos mais pesados e densos nas telas; e até mortes
“definitivas”, costumam ter dois lados, como o final de Guerra Infinita. Uma
tristeza de dois minutos, que acaba quando lembramos que nos filmes da Marvel a
morte é algo que é evitado ao máximo (apesar de termos este fator em
Vingadores: Ultimato).
Mesmo assim é tarde para compensar a falta de vilões
ameaçadores, é tarde para produzir algo que podemos ver em um desenho animado
de meio-dia, e mesmo que isso possa gerar críticas; o padrão Disney não é o
padrão ideal para os Vingadores quando o quesito é qualidade. Pois os filmes
dos Vingadores não possuem lá tanta qualidade assim.
Começando com trilhas sonoras insossas e sem nenhuma nota de
heroísmo; a falta de criatividade se espalha para figurinos de personagens
secundários, heróis que não aprendem com os erros, e assim, não produzem
empatia. A falta de profundidade e a ausência de momentos de emoção. O heroísmo que tanto nos inspira fica à
deriva em meio a cenas mais importantes como o corte de cabelo do Thor.
Isso sem contar os “grand
finales” dos longas que costumar ser um tanto quanto decepcionantes; e
deixando de lado as batalhas finais da trilogia dos Vingadores, o que resta é um amontoado de efeitos visuais voando de
um lado para o outro, junto a prédios e enormes estruturas sendo destruídas,
e vilões sendo derrubados um a um(já que
eles não vão matar ninguém mesmo, e muito menos os heróis de topete vão o
fazer).
O humor excessivo(e usado de modo extremamente chato em sua
maioria de filmes) é mais uma prova da ilusão que nos é vendida. É muita
enrolação misturada a piadas fora de hora e explosões que saltam aos nossos
olhos.
Tudo isso foi visto em filmes como Thor: Ragnarok, um
aglomerado de falta de criatividade, piadas que não são engraçadas e um show de
efeitos visuais. O resultado disso foi um montante de R$854 milhões de dólares
faturados em bilheteria.
O “mais do mesmo” vende, e a Disney é campeã nisso. Em
vender histórias idênticas, sem nenhum traço de originalidade e ainda conseguir
sustentar o rótulo de “A Casa das ideias”.
Guardiões da Galáxia 1 e 2 são mais do que mencionamos
acima; Homem-Aranha: De Volta ao lar também, e as suas continuações que virão
por aí advinha... também serão mais do mesmo! Porque isso é o que vende, é o
que grande público mais jovem gosta, e o que as produtoras querem.
Algo sem muito conteúdo, sem ser autêntico, sem a mão do
diretor, sem a seriedade do nosso mundo, e acima de tudo; algo que dê muita
audiência, e consequentemente, muito dinheiro!
Parece que estou
falando do Big Brother Brasil não é? Não, falo do Universo Marvel. Mas olhando
por esse lado, qual a diferença entre eles?
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