LANTERNA VERDE
Lançado em 2011, com a direção de Martin Campbell(o
experiente diretor dos filmes do Zorro de Antonio Banderas), Lanterna Verde tornou-se
um clássico dos haters de plantão.
Com escolhas criativas questionáveis, além de uma campanha de marketing pouco inspirada,
o filme fracassou nas bilheterias e não conseguiu agradar, nem gregos, nem
troianos.
Os motivos para a recepção desastrosa do filme são
levantados até os dias atuais, contando até mesmo com “piadinhas” do próprio protagonista do longa, Ryan Reynolds. O ator
não perde a chance de satirizar seu papel na pele do Lanterna Hal Jordan, e afirma
que usa seu bom humor para tirar algo de positivo da decepção que foi estrelar
o longa.
Verdades sejam ditas, Lanterna Verde realmente não faz jus a história do personagem nos quadrinhos, e peca em vários aspectos que apontaremos a seguir; mas o projeto não é o pior filme da história como muitos apontam; e merece uma melhor análise sob seus 116 minutos.
O que percebemos é que Lanterna Verde possui tantos pontos positivos, como
negativos.
Blake Lively é a Carol Ferris perfeita. É linda, aguerrida, astuta... enfim; tudo que a Lois Lane de Amy Adams não conseguiu ser anos mais tarde na mesma DC.
O Sinestro de Mark Strong é tão intenso quanto seu xará nos quadrinhos,
e o be-a-bá do roteiro está lá.
Origem, provação, negação, superação e tudo mais o que necessita a Jornada do
Herói que tanto já vimos nos filmes de super-heróis.
O grande problema do roteiro comando por Greg Berlanti e
Marc Guggenheim, a mesma dupla responsável pelas séries do Arrowverso, da CW; é
a simplicidade com que tudo se resolve. Os mais de U$200 milhões de dólares
investidos pela Warner para a produção do longa, deveriam ser gastos com um grande
projeto de no mínimo, 150 minutos, com reviravoltas, sacrifícios e dúvidas inseridas para o telespectador. Algo
que a leitura linear da história não entrega.
O treinamento de Hal é tão rápido que nem conhecemos a fundo
seus mestres; as motivações do vilão terráqueo, Hammond(Peter Saarsgard sempre
com cara de choro), são mais rasas que a água do banho de um bebê, e o próprio
protagonista Ryan Reynolds não entrega a emoção necessária para o público. Ryan
não é um grande ator, e nomes bem melhores haviam sido cotados para o projeto,
como Bradley Cooper e Jared Leto.
Angela Bassett(mais conhecida como a mãe do T’Challa) deu
vida a uma Amanda Waller que quando chegou, já tinha ido. E até mesmo Taika
Watiti faz uma pontinha na produção, pois segundo ele: “o estúdio precisava de algum
ator não-branco e não-negro para fechar o elenco”.
O próprio diretor Martin Campbell, não é um diretor ruim,
mas parece muito deslocado fora de seu nicho. Uma dobradinha de David Goyer(roteirista de O Homem de Aço) e Kevin
Smith(roteirista de quadrinhos do Arqueiro Verde e diretor ) teria sido o ideal para começo de
conversa, e traria muito mais elementos de quem está nesse mercado há vários
anos. Enfim, todo o respeito que a obra merecia!

Parallax e Sinestro
ganharam visuais tão bem feitos, que parecem ter saltado das histórias em
quadrinhos para as telas, e neste caso, a computação gráfica fez um ótimo
trabalho.
Trabalho, que infelizmente não se repete na escolha do
famigerado uniforme da Tropa dos Lanternas Verdes, que possui um brilho
totalmente desnecessário em seu peitoral. Um pouco mais de discrição teria
ficado muito mais bonito aos olhos dos telespectadores. Os construtos, por sua vez, estão muito bem arquitetados e vemos desde
socos com mãos gigantes, até pistas de corridas e metralhadoras sendo
elaboradas pelo poder do anel. Algo que quando assisti o filme, recentemente, me lembrou alguns golpes do jogo Injustice, mesmo que o jogo tenha sido feito dois anos após o lançamento do longa.
O visual dos Guardiões do Planeta OA ficou muito fiel às HQ’s, inclusive o desprezo pela vida humana. Pois mesmo com toda a ameaça de Parallax indo em direção a Terra, os “sábios” guardiões não fazem nada para ajudar Hal, a não ser dar aquele tapinha no ombro e incentivá-lo a ir para a morte.
O design de produção de Grant Major, deixa praticamente todas as cenas cósmicas, muito bonitas, com raras exceções, como na reunião de todos os Lanternas Verdes para os discursos de Sinestro, que parece ter sido filmado por Zack Snyder, de tanto que escureceram o filtro de imagem utilizado.
Lanterna Verde não é o pior filme da história da DC Comics
nos cinemas, mas poderia ter entregue algo muito melhor, e que fizesse jus a
todo o investimento inserido na produção. Do contrário, o filme se tornou uma
piada difícil de engolir para todos os DCnautas, e sepultou por vários anos a
imagem de um dos personagens mais recorrentes da Liga da Justiça em sua
história. Notar que o ranço da Warner foi tão grande, que em pleno filme da equipe
em 2017, não foi inserido ao menos um Lanterna terráqueo.
Mesmo assim para quem não assistiu, este “clássico” de 2011,
vale a pena dar uma conferida para uma conclusão própria; e quem já assistiu,
aproveita e dê uma revisitada em seu catálogo, dando mais uma chance para essa
produção, que mesmo com seus pontos baixos, consegue divertir por cerca de duas
horas, e traz para o live action um
personagem muito querido pelos geeks de plantão.
“Com uma equipe criativa mais afinada, e um diretor que soubesse onde estava
pisando, Lanterna Verde teria sido muito melhor. Mas, o longa não é essa bomba
toda, e consegue inserir vários elementos da mitologia da Tropa Lanterna, com
coadjuvantes e cenários muito competentes.”
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