“Uma adolescente cadeirante criada por toda sua vida dentro de casa, começa a suspeitar que sua mãe esconde segredos sombrios, não só sobre sua medicação, como de todo o passado da garota”
Não há uma produção de Poulson, que ela não se destaque como
a grande atriz que é, e Fuja é mais
um ótimo nome adicionado à filmografia da estrela. Recentemente também tivemos
pela mesma Netflix, a série Ratched,
protagonizada por Sarah.
Fuja entrega um
ótimo suspense com doses de tudo que já vimos em outras produções como o
clássico Louca Obsessão e a minissérie subvalorizada Objetos Cortantes.
Uma mãe coruja com que almeja proteger sua cria de todos os males, mas que com
o decorrer do enredo, percebemos que o verdadeiro mal está justamente em todo
esse zelo.
Sarah Poulson dá vida a uma Diane, ora amável, ora insana;
de um modo muito fluído, e que nos causa arrepios só de fugir de nossas vistas.
Sem dúvidas, os momentos mais tensos da trama são justamente os que a jovem
Chloe precisa praticar alguma ação para fugir de sua própria casa, e necessita
que sua mãe fique longe da vista dela por alguns instantes. Nestas ocasiões
percebemos a urgência da situação da menina, e torcemos com todas as forças
para que Diane não entre no cômodo naquele exato momento.
Todavia, durante quase todos os 89 minutos de trama, Diane
parece ter sempre um ás na manga, algo que não é fácil, pois não estamos
lidando aqui com uma mocinha indefesa. Chloe é uma personagem forte e que como
a própria Diane diz em certo momento: “que mesmo adolescente, já passou por
coisas que a maioria dos adultos não passaram”.
A novata Kiera Allen
estreia nos cinemas(neste caso, no streaming) de forma impecável, e várias
vezes, rouba a cena de Sarah, duelando pelo protagonismo. As cenas em que a
jovem precisa passar a sua situação de perigo, sem ao menos poder falar pelo
que está passando, para não ser taxada como louca, são geniais.
A direção de Aneesh Changanty, do ótimo Buscando..., trabalha o
suspense de forma impecável em praticamente todo o longa.
Cada ação de Chloe é cercada de urgência e muita garra, devido as suas condições que a limitam, ou melhor, que não a limitam; afinal a menina é uma Macgyver. A cena da “água na janela” é uma sacada incrível do roteiro, que também teve dedo de Changanty.
Fuja tem seus atos divididos de uma forma muito fácil de ser
compreendida, e trabalha tudo com uma simplicidade muito palpável, sem apelar
para grandes confrontos físicos e algo que destoasse na trama “pé no chão” do
projeto.
Pode-se notar este fator mais ainda no desfecho do filme.
Certos diretores não saberiam terminar o projeto sem um grande confronto final
entre vilão e defensores da lei, que tornaria o antagonista em um ser quase
imortal, a lá Michael Myers. Felizmente, o minimalismo de Aneesh Changanty é muito
trabalhado, e se em Buscando..., o diretor tinha entregado um projeto envolvente,
gravado apenas por telas de computador, em Fuja, ele traz referências a outras
grandes produções, e consegue entregar não só um feijão com arroz, como um belo
filé para acompanhar.
Recém adicionado ao
catálogo da Netflix, após ter estreado pelo Hulu nos Estados Unidos; Fuja é um ótimo suspense, que mesmo
trazendo muito de outras produções, entrega um produto de alta qualidade e com
atuações de primeira grandeza.
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