A trama se passa após os eventos de “O Ano da Eleição” e será focada em Adela(Ana de la Reguera) e Juan(Tenoch Huerta), que encontram abrigo em um rancho do Texas, após fugirem de um cartel no México. As coisas dão errado quando um grupo de forasteiros decide continuar o “expurgo” além do tempo concedido pelo governo, no qual as pessoas podem violar todas as leis do país.
O roteiro de James
DeMonaco é muito bem elaborado, e proporciona uma ótima base para o diretor
erguer seu material. Inclusive, há todo um cuidado com a fotografia e com a
evolução de cada personagem em cena. Destaque para a Adela(Ana de la Reguera,
ela mesmo de Army of Dead) e Dylan(Josh Lucas), este último, inicia o filme como
o principal candidato a antagonista, mas evolui durante os 105 minutos de
duração do longa, se tornando peça essencial na estratégia de sobrevivência do
grupo.
Mesmo com a “Noite da
Purificação” tendo sido encerrada ao fim do terceiro filme da série,
DeMonaco soube entregar outras duas ótimas produções em A Primeira Noite de Crime e A Fronteira. Com o primeiro mostrando
como tudo se desenhou para o ponto em que o segundo chegou. O ciclo de
violência que se torna uma bola de neve, e como o próprio percussor de todo o
movimento se empala com a própria espada. A série baseada nos filmes,
disponível no Amazon Prime Video, já
havia mostrado as manobras praticadas pelo NFFA, a fim de prolongar a vida do Dia da Purificação, mesmo com provas
claras de que isso desencadearia uma avalanche de crimes lá na frente, e
diferente do planejado, durante todos os dias do ano.
A caracterização dos purificadores
está altamente estilizada como podemos ver em todo o material de divulgação do
longa, e que também fora destaque nas produções antecessoras. Com máscaras,
maquiagens e adereços, cada um dos participantes do Expurgo seria tendência em
um possível Horror Fashion Week. Brincadeiras à parte, toda a construção de
cenários e a transição dos atores por eles, foi muito bem orquestrada pela
direção, e surpreendeu aqueles que apostavam em algo mais contido neste último
capítulo. Claro que com a produção de Michael
Bay no projeto, realmente seria difícil algo parecer contido!
O Juan, de Tenoch
Huerta, é o bad ass surivor dessa vez, e mesmo com Frank Grillo tendo conquistado nossos corações em dois filmes da
série, o mexicano não faz feio, e entrega uma boa atuação.
A Fronteira é
repleto de críticas ao abuso cometido pelos “Homens do Dinheiro”, e até mesmo é dito em certo momento por um dos
personagens, que prestes a morrer, apresenta todo aquele gigantesco problema
vivenciado por eles, como nada menos que uma ideia inserida por homens
poderosos financeiramente, que assistem a este verdadeiro show de horrores
sentados em suas confortáveis poltronas nos grandes centros financeiros do
país. Aquele caos em que latinos, negros e os demais membros do proletariado
foram atirados é fruto de uma burguesia que suga de cada trabalhador, até a sua
última gota de suor, e quando parece pouco, de seu sangue.
O desfecho do projeto é muito bonito e simbólico, mostrando
contrastes de grupos que escolheram se unir para destruir, e um outro que optou
por apenas se unir; e assim fazer de uma nova área, a sua nova área; nem mesmo
que para isso, tenha que engolir o orgulho e voltar de onde iniciou sua
jornada, seu lar!
Uma Noite de Crime 5: A Fronteira ainda não estreou nos cinemas brasileiros; algo que provavelmente irá ocorrer só na metade de agosto. Mas ao redor do mundo, o filme já marca presença em diversos cinemas, e entrega uma boa avaliação por parte dos críticos, e melhor ainda, ao olhar do público em geral.
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