Sem causar tanto barulho aqui no Brasil, mas com um elenco
estrelado, Only Murders In The Building
chegou ao fim de sua primeira temporada. Com uma trama que encaixa o gênero do true crime em um grande jogo de
tabuleiro; o primeiro ano do show rendeu dez episódios de cerca de 30 minutos,
que nos colocam em uma viagem extremamente divertida, intrigante e investigativa.
“Steve Martin, Selena
Gomez e Martin Short(que também assinam como produtores executivos do projeto),
dão vida à Charles, Mabel e Oliver. Três moradores do famoso Edifício Arconia,
que se juntam por um hobby em comum; acompanhar podcasts relacionados a crimes
reais.
Tudo fica ainda mais
interessante quando um de seus vizinhos, Tim Kono é encontrado morto em seu
apartamento. Agora cabe ao trio de Deslocados ir a fundo nesta investigação, e
desvendar o que pode haver por trás deste aparente suicídio”
A primeira coisa que salta aos olhos em Only Murders In The
Building é justamente seus protagonistas. Um elenco que mistura a experiência
de Steve Martin e Martin Short à juventude e carisma de Selena Gomez.
O entrosamento do trio é rapidamente formado, e logo nos
primeiros episódios já estamos envolvidos neste jogo de “Quem matou?”
Sim, pois mesmo com a investigação oficial do caso alegando
o suicídio de Tim Kono(Julian Cihi); Charles, Mabel e Oliver não se dão por
vencidos e decidem iniciar o seu próprio podcast
de true crime, intitulado Only Murders In The Building; e assim,
trabalhar paralelamente em busca de possíveis suspeitos para o homicídio de Tim.
Claro que com Martin e Short no elenco, a série proporciona
diversas situações hilárias, que vão desde recorrentes discussões entre os
protagonistas, até uma grande sequencia no último episódio, onde Steve Martin
brilha, onde praticamente sem nenhum movimento em seu corpo, consegue nos fazer
chorar de rir!

Mabel é fofa e forte ao mesmo tempo, e tem uma personalidade
que muitos irão se identificar.
Selena Gomez entrega um bom arco de evolução de sua
personagem, com uma apresentação um tanto quanto solitária e depressiva, que
vai se desenvolvendo para uma personalidade muito importante para a equipe,
seja para invadir o apartamento de um suspeito, ou pedir um simples delivery
para os “velhinhos” do edifício.
Algo que irá surpreender muita gente é o contexto da cena
inicial da temporada, que desperta nossa curiosidade para algo que só será
respondido bem mais adiante na série. E acredite, você vai querer que a
temporada não acabe tão cedo, pois os episódios mais curtos e intensos são
perfeitos para nos conquistar rapidamente. Fora os pequenos cliffhangers entre os episódios que são
muito bem utilizados em Only Murders,
e geralmente servem para adicionar mais alguém no grande quadro de possíveis criminosos
da trama.
Algo muito gostoso de acompanhar durante a temporada é o
quão interessante e imprevisível pode ser a vida de nossos próprios vizinhos. O
quão estereotipada é nossa visão sobre aqueles que dividem paredes conosco, e
que em grande parte dos casos, fazem coisas que jamais imaginaríamos, não algo
ilegal precisamente, mas ter determinada aptidão para um hobby parecido com o
seu, ou tocar um instrumento, ter uma vida dupla, ter incontáveis amigos(ou
inimigos), gostar de leite fermentado, ser um astro do rock...enfim, ser o tipo
de pessoa que você jamais imaginaria que ele fosse.
Charles, por exemplo, é um conhecido ator, mas que já não
vive mais seus dias de glória. Um homem educado e inteligente, mas que se
fechou para o mundo, devido as desilusões que o tempo lhe trouxe.
Mabel tem fantasmas em seu passado, tantos que talvez nem
ela mesmo saiba a real profundidade desse abismo. E Oliver, também um famoso de
outras épocas, é o típico de senhor que rende uma ótima conversa sobre lições
de vida, mas que não consegue domar a sua própria.
Aos poucos, novos personagens são introduzidos na série, com
destaque para a Jan, de Amy Ryan(Birdman e Medo da Verdade). Em uma ótima
sintonia com os protagonistas, a loira faz muito bem o papel de ora suspeita, ora mocinha; e se encaixa
perfeitamente neste show; que ao assistir, você vai perceber, que nada é o que
parece!
O próprio Tim Kono é destrinchado(figurativamente) a cada
episódio, e nos é apresentado como sendo bem mais do que seus vizinhos o julgavam
ser. Como todos nós, que somos algo muito maior do que nossos vizinhos e
amigos, realmente acham que somos.

A resolução da primeira temporada de Only Murders é bem elaborada, e deixa apenas as pontas soltas que
são necessárias para que possamos ter uma segunda temporada do projeto, que por
sinal, já foi confirmada.
Only Murders In The Building entrega uma trama rápida e inteligente,
com boas doses de humor. Um roteiro que vai divertir, enganar e apaixonar todos
aqueles que tiverem o privilégio de conhecer um pouco mais sobre a vida dos
residentes do Edifício Arconia!
O show é uma produção original Hulu, mas no Brasil, chegou pela
plataforma do Star Plus.
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